domingo, 21 de novembro de 2010

**Consciência Multicor**



"Apesar de novembro ser considerado o mês da consciência negra, as relações raciais e o respeito à diversidade devem ser trabalhados em sala de aula diariamente, em todos os meses do ano.



Tenho relutado muito em desenvolver algumas considerações sobre este tema, não por não ter nada a dizer mas, ao contrário, porque temo que o que tenho a dizer irá contrariar convicções arraigadas em um grande número de amigos militantes dos diversos movimentos de afirmação da negritude, gente de qualidade que, com a melhor das boas intenções encara, a meu ver, de uma maneira racista a questão da discriminação racial.


E decidi fazer isto a propósito de uma estatística divulgada através de um artigo escrito pelo professor de geografia Emanuel Vital que será publicado, nos próximos dias, no Portal do Sertão . O autor se declara membro do grupo de consciência negra “Quilombo do Rosário”, de Oeiras-PI.


As estatísticas referidas separam os brasileiros em negros e brancos (além de pardos, mulatos e sei lá o que mais).O autor se detém apenas nos dois primeiros. E as estatísticas concluem que os brancos são mais abastados economicamente, melhor educados, tem maior expectativa de vida e por aí vai.


Não contesto as estatísticas, nem o articulista. O que contesto são os critérios racistas que nortearam a pesquisa. Quem faz as perguntas predispõe as respostas.


Também não contesto a evidência de que a polícia, por exemplo, suspeita sempre dos negros antes dos brancos. Mas isto se chama discriminação racial. E não é com racismo que ela se combate, bem ao contrário,


Ninguém é bobo. Não se trata de dizer que a pele das pessoas não varia de coloração. Também não se trata de negar a História, e o professor-articulista muito bem destaca que os negros no Brasil são, na sua absoluta maioria, descendentes de escravos. Que seus avós, bisavós e tataravós foram explorados, humilhados, espancados e chicoteados, apartados da própria cultura e privados de educação e de liberdade. Nada disto se pretende negar.


Dizem que a escravidão é uma mancha na nossa história. Que dela devemos nos envergonhar. Mas da história não se deve esperar lições de moral.


Falando sobre a História Lenine, a quem não está muito em moda citar, dizia que ela “não serve nem para rir, nem para chorar, mas para compreender”. Então a escravidão deve ser profundamente estudada e não hipocritamente lamentada. Quanto ao racismo, ele se perpetuará enquanto dividirem os homens em brancos e negros, arianos e judeus, judeus e árabes, seja por que próposito for, de valorizar ou detratar uma raça ou religião em relação às outras. Enquanto a Humanidade não for encarada como uma só, presente em cada um de nós, teremos de concordar com Engels, outro banido dos manuais de citações em voga. Para ele vivemos ainda a “Pré-História da Humanidade”.


fonte: http://www.overmundo.com.br/



Censura e Consciência


 "Comento com algum atraso a suposta censura a "Caçadas de Pedrinho", um dos títulos infantis de Monteiro Lobato, por trazer "formas de expressão" racistas. Usei aqui o "suposto", porque, como mostrou meu amigo Marcelo Coelho num belo artigo para a Ilustríssima do último domingo, o Conselho Nacional de Educação (CNE) não chegou nem perto de proscrever a obra --o que nem poderia fazer-- ou criar obstáculos intransponíveis a sua utilização nas escolas. O que o parecer nº 15/2010 faz é admitir que o texto traz um linguajar complicado e, elevando o burocratês das autoridades educacionais a sua forma mais perfeita, cobra a formação de professores aptos a lidar com a temática dos estereótipos raciais e sugere que livros com inclinações preconceituosas não sejam escolhidos para fazer parte do Programa Nacional Biblioteca da Escola, mas, se mesmo assim forem, que se exija dos editores a inclusão de notas que apontem criticamente para o problema.


A meu ver, as recomendações ficam entre o desnecessário, o ligeiramente contraditório e o cosmético. É até divertido imaginar que não tenhamos até hoje conseguido formar bons professores para as redes pública e privada, capazes de discutir com toda propriedade assuntos difíceis como o racismo, porque o CNE jamais havia instado as universidades a fazê-lo. Já quanto à suposta solução das as notas, eu não diria que sou contra. Se explicam até que antigamente se caçavam onças, mas que agora o Ibama impede mais esse crime ambiental, certamente não há mal em indicar que a linguagem relativa a estereótipos raciais também mudou. É evidente, contudo, que isso funciona muito mais tranquilizar consciências do que para eliminar o racismo da sociedade.


A minha sensação é a de que estamos diante de uma verdadeira tempestade em copo d'água. O que temos aqui é basicamente a burocracia seguindo seu caminho: diante da reclamação objetiva de um funcionário contra o livro, as engrenagens oficiais são postas em movimentação para produzir uma resposta quase anódina, mas que, por alguma razão, foi transformada em cavalo de batalha ideológico, discriminando entre defensores da liberdade de expressão e promotores da igualdade racial.






Trata-se,evidentemente, de uma falsa questão. Em primeiro lugar, como já enfatizei, não haveria censura mesmo que o parecer do CNE fosse homologado pelo MEC, o que dificilmente ocorrerá, dada a dimensão que o caso adquiriu. E nem seria necessária a interferência da tecnocracia pedagógica para fazer com que Monteiro Lobato seja menos lido. Receio que esse processo esteja acontecendo naturalmente. Não disponho de dados muito objetivos, mas creio que a obra envelheceu mal.


Eu, que me tornei leitor pela pena de Lobato, fiz o que pude para que meus filhos gêmeos, Ian e David, agora com oito anos, descobrissem os prazeres do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Não tive muito sucesso. Quer dizer, o David, que lê tudo o que lhe caia em mãos, de bula de remédio a pareceres do CNE, ainda enfrentou alguns volumes, mas não chegou nem perto de experimentar o encantamento que eu tive com "Os 12 Trabalhos de Hércules". Para ficarmos no mundo helênico, ele prefere mil vezes mais Rick Riordan ou o próprio Homero nas muitas versões adaptadas para crianças. Não sei se é o registro de um Brasil rural que não lhes diz mais nada ou se é a concorrência globalizada, mas não vislumbro um futuro muito brilhante para Lobato. Espero estar errado.


Voltando à falsa polêmica, também me parece uma idiotice transformar o combate ao racismo (ou a qualquer outro "preconceito") numa perseguição a fantasmas do passado. Se a estratégia for levada a ferro e fogo, só nos permitiríamos ler autores contemporâneos e comprometidos com o linguajar politicamente correto (PC) --ou seja, sacrificaríamos toda a literatura, a filosofia e grande parte da ciência. OK, Lobato descreve negros em linguagem hoje imprópria --embora, como notou Coelho, a mensagem final de "Caçadas de Pedrinho" seja antirracista. Mas Aristóteles era escravagista e Shakespeare retrata alguns de seus personagens com generosas pinceladas de antissemitismo. O que vamos fazer com esses e outros autores Restringi-los aos infernos das bibliotecas? Correr a produzir novas edições críticas que assegurem a justa interpretação dessas passagens delicadas? Até os desenhos de Tom & Jerry e do Pica-Pau incorrem em especismo e violência gratuita.


Minha implicância com o PC não é só com o fato de ele ferir de morte o humor mas principalmente porque representa um insulto à inteligência. Uma das características mais notáveis da mente humana é a autoconsciência. Em algum grau, nós a compartilhamos com outros mamíferos. Experimentos mostraram que alguns (mas não todos) os chimpanzés, orangotangos, golfinhos e elefantes são capazes de reconhecer a própria imagem no espelho. Isso implica algum nível de autoconsciência corporal. Só que a humana vai bem mais longe. Não apenas somos capazes de perceber nosso corpo como ainda conseguimos projetá-lo mentalmente no passado ou no futuro dissociando-nos de alguns aspectos de nosso "eu" atual. É uma forma bastante sofisticada de autoconsciência, que responde por grande parte de nossas habilidades para resolver problemas e pela integralidade de nossas belas-artes e ciência.


E o PC é o novo fundamentalismo exegético. Ele postula uma espécie de presente eterno e presume que perdemos essa capacidade tão humana de nos lançarmos no passado carregando apenas a bagagem necessária. Exceto quando alertados por uma nota explicativa, não saberíamos mais perceber que valores e ideias podem mudar com a passagem do tempo nem produzir juízos morais consonantes com o "Zeitgeist" (espírito da época).


Como sempre gosto de culpar a religião por alguma coisa, diria que aprendemos esse mau hábito com certas igrejas as quais, contrariando todas as evidências, proclamam a imutabilidade da moral.


Para não encerrar mais uma coluna falando mal do papa, entretanto, voltemos ao cérebro. O que as novas pesquisas nesse campo indicam é que a consciência não passa de um efeito colateral. Isso mesmo, o "eu" que acreditamos existir dentro de nós e em vista do qual vivemos nossas vidas é, segundo o modelo do neurocientista Michael Gazzaniga, um subproduto de diversos módulos cerebrais ligados em rede analisados pelo que ele chama de "intérprete", estruturas localizadas no hemisfério esquerdo responsáveis por essa sensação de todo unitário. O intérprete é o cérebro sabichão. É ele que busca desesperadamente dar um sentido a todas as nossas experiências, memórias e fragmentos de informação. Quando a história não fecha, pior para a verossimilhança: o intérprete não hesita em criar desculpas esfarrapadas e explicações que beiram o "nonsense".


Não é uma origem muito nobre para o conceito de consciência, que tanto ocupou e encantou os filósofos, mas explica muito dos anos-luz neurológicos que nos separam os cérebros humanos dos de nossos parentes mais próximos."


Hélio Schwartsman, 44 anos, é articulista da Folha. Bacharel em filosofia, publicou "Aquilae Titicans - O Segredo de Avicena - Uma Aventura no Afeganistão" em 2001. Escreve para a Folha.com.


fonte: http://www1.folha.uol.com.br



terça-feira, 16 de novembro de 2010

CARTILHA BULLYING PROFESSORES E PROFISSIONAIS DA ESCOLA



1. O QUE É BULLYING?

O bullying é um termo ainda pouco conhecido do grande público. De origem inglesa e sem tradução ainda no Brasil, é utilizado para qualificar comportamentos agressivos no âmbito escolar, praticados tanto por meninos quanto por meninas. Os atos de violência (física ou não) ocorrem de forma intencional e repetitiva contra um ou mais alunos que se encontram impossibilitados de fazer frente às agressões sofridas. Tais comportamentos não apresentam motivações específicas ou justificáveis. Em última instância, significa dizer que, de forma “natural”, os mais fortes utilizam os mais frágeis como meros objetos de diversão, prazer e poder, com o intuito de maltratar, intimidar, humilhar e amedrontar suas vítimas.


2. QUAIS SÃO AS FORMAS DE BULLYING? NORMALMENTE, EXISTEM MAIS MENINOS OU MENINAS QUE COMETEM BULLYING?

As formas de bullying são:
• Verbal (insultar, ofender, falar mal, colocar apelidos pejorativos, “zoar”)
• Física e material (bater, empurrar, beliscar, roubar, furtar ou destruir pertences da vítima)
• Psicológica e moral (humilhar, excluir, discriminar, chantagear, intimidar, difamar)
• Sexual (abusar, violentar, assediar, insinuar)
• Virtual ou Ciberbullying (bullying realizado por meio de ferramentas tecnológicas: celulares, filmadoras, internet etc.)

Estudos revelam um pequeno predomínio dos meninos sobre as meninas. No entanto, por serem mais agressivos e utilizarem a força física, as atitudes dos meninos são mais visíveis. Já as meninas costumam praticar bullying mais na base de intrigas, fofocas e isolamento das colegas. Podem, com isso, passar despercebidas, tanto na escola quanto no ambiente doméstico.


3. EXISTE ALGUMA FORMA DE BULLYING QUE SEJA MAIS MALÉFICA? O CIBERBULLYING É PIOR DO QUE O BULLYING TRADICIONAL?

Uma das formas mais agressivas de bullying, que ganha cada vez mais espaços sem fronteiras é o ciberbullying ou bullying virtual. Os ataques ocorrem por meio de ferramentas tecnológicas como celulares, filmadoras, máquinas fotográficas, internet e seus recursos (e-mails, sites de relacionamentos, vídeos). Além de a propagação das difamações ser praticamente instantânea o efeito multiplicador do sofrimento das vítimas é imensurável. O ciber-bullying extrapola, em muito, os muros das escolas e expõe a vítima ao escárnio público. Os praticantes desse modo de perversidade também se valem do anonimato e, sem nenhum constrangimento, atingem a vítima da forma mais vil possível. Traumas e consequências advindos do bullying virtual são dramáticos.


4. QUAL O CRITÉRIO ADOTADO PELOS AGRESSORES PARA A ESCOLHA DA VÍTIMA?


Os bullies (agressores) escolhem os alunos que estão em franca desigualdade de poder, seja por situação socioeconômica, situação de idade, de porte físico ou até porque numericamente estão desfavoráveis. Além disso, as vítimas, de forma geral, já apresentam algo que destoa do grupo (são tímidas, introspectivas, nerds, muito magras; são de credo, raça ou orientação sexual diferente etc.). Este fato por si só já as torna pessoas com baixa autoestima e, portanto, são mais vulneráveis aos ofensores. Não há justificativas plausíveis para a escolha, mas certamente os alvos são aqueles que não conseguem fazer frente às agressões sofridas.


5. QUAIS AS PRINCIPAIS RAZÕES QUE LEVAM OS JOVENS A SEREM OS AGRESSORES?


É muito importante que os responsáveis pelos processos educacionais identifiquem com qual tipo de agressor estão lidando, uma vez que existem motivações diferenciadas:

1. Muitos se comportam assim por uma nítida falta de limites em seus processos educacionais no contexto familiar.

 
2. Outros carecem de um modelo de educação que seja capaz de associar a auto-realização com atitudes socialmente produtivas e solidárias. Tais agressores procuram nas ações egoístas e maldosas um meio de adquirir poder e status, e reproduzem os modelos domésticos na sociedade.

3. Existem ainda aqueles que vivenciam dificuldades momentâneas, como a separação traumática dos pais, ausência de recursos financeiros, doenças na família etc. A violência praticada por esses jovens é um fato novo em seu modo de agir e, portanto, circunstancial.

4. E por fim, nos deparamos com a minoria dos opressores, porém a mais perversa. Trata-se de crianças ou adolescentes que apresentam a transgressão como base estrutural de suas personalidades. Falta-lhes o sentimento essencial para o exercício do altruísmo: a empatia.

6. QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS PROBLEMAS QUE UMA VÍTIMA DE BULLYING PODE ENFRENTAR NA ESCOLA E AO LONGO DA VIDA?

As consequências são as mais variadas possíveis e dependem muito de cada indivíduo, da sua estrutura, de vivências, de predisposição genética, da forma e da intensidade das agressões. No entanto, todas as vítimas, sem exceção, sofrem com os ataques de bullying (em maior ou menor proporção). Muitas levarão marcas profundas provenientes das agressões para a vida adulta, e necessitarão de apoio psiquiátrico e/ou psicológico para a superação do problema. Os problemas mais comuns são: desinteresse pela escola; problemas psicossomáticos; problemas comportamentais e psíquicos como transtorno do pânico, depressão, anorexia e bulimia, fobia escolar, fobia social, ansiedade generalizada, entre outros. O bullying também pode agravar problemas preexistentes, devido ao tempo prolongado de estresse a que a vítima é submetida. Em casos mais graves, podem-se observar quadros de esquizofrenia, homicídio e suicídio.



7. COMO PERCEBER QUANDO UMA CRIANÇA OU ADOLESCENTE ESTÁ SOFRENDO BULLYING? QUAL O COMPORTAMENTO TÍPICO DESSES JOVENS?

As informações sobre o comportamento das vítimas devem incluir os diversos ambientes que elas frequentam. Nos casos de bullying é fundamental que os pais e os profissionais da escola atentem especialmente para os seguintes sinais:

  • Na Escola: no recreio encontram-se isoladas do grupo, ou perto de alguns adultos que possam protegê-las; na sala de aula apresentam postura retraída, faltas frequentes às aulas, mostram-se comumente tristes, deprimidas ou aflitas; nos jogos ou atividades em grupo sempre são as últimas a serem escolhidas ou são excluídas; aos poucos vão se desinteressando das atividades e tarefas escolares; e em casos mais dramáticos apresentam hematomas, arranhões, cortes, roupas danificadas ou rasgadas.

  • Em Casa: frequentemente se queixam de dores de cabeça, enjoo, dor de estômago, tonturas, vômitos, perda de apetite, insônia. Todos esses sintomas tendem a ser mais intensos no período que antecede o horário de as vítimas entrarem na escola. Mudanças frequentes e intensas de estado de humor, com explosões repentinas de irritação ou raiva. Geralmente elas não têm amigos ou, quando têm são bem poucos; existe uma escassez de telefonemas, e-mails, torpedos, convites para festas, passeios ou viagens com o grupo escolar. Passam a gastar mais dinheiro do que o habitual na cantina ou com a compra de objetos diversos com o intuito de presentear os outros. Apresentam diversas desculpas (inclusive doenças físicas) para faltar às aulas.

8. E O CONTRÁRIO? O QUE SE PODE NOTAR NO COMPORTAMENTO DE UM PRATICANTE DE BULLYING?

Na escola os bullies (agressores) fazem brincadeiras de mau gosto, gozações, colocam apelidos pejorativos, difamam, ameaçam, constrangem e menosprezam alguns alunos. Furtam ou roubam dinheiro, lanches e pertences de outros estudantes. Costumam ser populares na escola e estão sempre enturmados. Divertem-se à custa do sofrimento alheio.
No ambiente doméstico, mantêm atitudes desafiadoras e agressivas em relação aos familiares. São arrogantes no agir,no falar e no vestir, demonstrando superioridade. Manipulam pessoas para se safar das confusões em que se envolveram. Costumam voltar da escola com objetos ou dinheiro que não possuíam. Muitos agressores mentem, de forma convincente, e negam as reclamações da escola, dos irmãos ou dos empregados domésticos.


9. O FENÔMENO BULLYING COMEÇA EM CASA?

Muitas vezes o fenômeno começa em casa. Entretanto, para que os filhos possam ser mais empáticos e possam agir com respeito ao próximo, é necessário primeiro a revisão do que ocorre dentro de casa. Os pais, muitas vezes, não questionam suas próprias condutas e valores, eximindo-se da responsabilidade de educadores. O exemplo dentro de casa é fundamental. O ensinamento de ética, solidariedade e altruísmo inicia ainda no berço e se estende para o âmbito escolar, onde as crianças e adolescentes passarão grande parte do seu tempo.

10. O BULLYING EXISTE MAIS NAS ESCOLAS PÚBLICAS OU NAS PARTICULARES?

O bullying existe em todas as escolas, o grande diferencial entre elas é a postura que cada uma tomará frente aos casos de bullying. Por incrível que pareça os estudos apontam para uma postura mais efetiva contra o bullying entre as escolas públicas, que já contam com uma orientação mais padronizada perante os casos (acionamento dos Conselhos Tutelares, Delegacias da Criança e do Adolescente etc.).



11. O ALUNO VÍTIMA DE BULLYING NORMALMENTE CONTA AOS PAIS E PROFESSORES O QUE ESTÁ ACONTECENDO?

As vítimas de bullying se tornam reféns do jogo do poder instituído pelos agressores. Raramente elas pedem ajuda às autoridades escolares ou aos pais. Agem assim, dominadas pela falsa crença de que essa postura é capaz de evitar possíveis retaliações dos agressores e por acreditarem que, ao sofrerem sozinhos e calados, pouparão seus pais da decepção de ter um filho frágil, covarde e não popular na escola.

12. QUAL É O PAPEL DA ESCOLA PARA EVITAR O BULLYING ESCOLAR?

A escola é corresponsável nos casos de bullying, pois é lá onde os comportamentos agressivos e transgressores se evidenciam ou se agravam na maioria das vezes. A direção da escola (como autoridade máxima da instituição) deve acionar os pais, os Conselhos Tutelares, os órgãos de proteção à criança e ao adolescente etc. Caso não o faça poderá ser responsabilizada por omissão. Em situações que envolvam atos infracionais (ou ilícitos) a escola também tem o dever de fazer a ocorrência policial. Dessa forma, os fatos podem ser devidamente apurados pelas autoridades competentes e os culpados responsabilizados. Tais procedimentos evitam a impunidade e inibem o crescimento da violência e da criminalidade infantojuvenil.



13. COMO É O BULLYING NAS ESCOLAS BRASILEIRAS, EM COMPARAÇÃO A OUTRAS, DOS ESTADOS UNIDOS OU DA EUROPA? ALGUMA CARACTERÍSTICA ESPECÍFICA?

Em linhas gerais o bullying é um fenômeno universal e democrático, pois acontece em todas as partes do mundo onde existem relações humanas e onde a vida escolar faz parte do cotidiano dos jovens. Alguns países, no entanto, apresentam características peculiares na manifestação desse fenômeno: nos EUA, o bullying tende a apresentar-se de forma mais grave com casos de homicídios coletivos, e isso se deve à infeliz facilidade que os jovens americanos possuem de terem acesso as armas de fogo. Nos países da Europa, o bullying tende a se manifestar na forma de segregação social a até da xenofobia. No Brasil, observam-se manifestações semelhantes às dos demais países, mas com peculiaridades locais: o uso de violência com armas brancas ainda é maior que a exercida com armas de fogo, uma vez que o acesso a elas ainda é restrito a ambientes sociais dominados pelo narcotráfico. A violência na forma de descriminação e segregação aparece mais em escolas particulares de alto poder aquisitivo, onde os descendentes nordestinos, ainda que economicamente favorecidos, costumam sofrer discriminação em função de seus hábitos, sotaques ou expressões idiomáticas típicas. Por esses aspectos é necessário sempre analisar, de maneira individualizada, todos os comportamentos de bullying, pois as suas formas diversas podem sinalizar com mais precisão as possíveis ações para a redução dessas variadas expressões da violência entre estudantes.


14. QUAL A INFLUÊNCIA DA SOCIEDADE ATUAL NESTE TIPO DE COMPORTAMENTO?

O individualismo, cultura dos tempos modernos, propiciou essa prática, em que o ter é muito mais valorizado que o ser, com distorções absurdas de valores éticos. Vive-se em tempos velozes, com grandes mudanças em todas as esferas sociais. Nesse contexto, a educação tanto no lar quanto na escola se tornou rapidamente ultrapassada, confusa, sem parâmetros ou limites. Os pais passaram a ser permissivos em excesso e os filhos cada vez mais exigentes, egocêntricos. As crianças tendem a se comportar em sociedade de acordo com os modelos domésticos. Muitos deles não se preocupam com as regras sociais, não refletem sobre a necessidade delas no convívio coletivo e, nem sequer se preocupam com as consequências dos seus atos transgressores. Cabe à sociedade como um todo transmitir às novas gerações valores educacionais mais éticos e responsáveis. Afinal, são estes jovens que estão delineando o que a sociedade será daqui em diante. Auxiliá-los e conduzi-los na construção de uma sociedade mais justa e menos violenta, é obrigação de todos.

15. COMO OS PAIS E PROFESSORES PODEM AJUDAR AS VÍTIMAS DE BULLYING A SUPERAR O SOFRIMENTO?

A identificação precoce do bullying pelos responsáveis (pais e professores) é de suma importância. As crianças normalmente não relatam o sofrimento vivenciado na escola, por medo de represálias e por vergonha. A observação dos pais sobre o comportamento dosfilhos é fundamental, bem como o diálogo franco entre eles. Os pais não devem hesitar embuscar ajuda de profissionais da área de saúde mental, para que seus filhos possam superar traumas e transtornos psíquicos.Outro aspecto de valor inestimável é a percepção do talento inato desses jovens. Os adultos devem sempre estimulá-los e procurar métodos eficazes para que essas habilidades possam resgatar sua autoestima, bem como construir sua identidade social na forma de uma cidadania plena.



fonte: http://www.cnj.jus.br/

POrque o ENEM errou de novo???

Clipping Educacional – Veja.com



Para especialistas, exame sofreu grandes mudanças de forma acelerada, e seus responsáveis não se adequaram a seu gigantismo


Em 2009, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi reformulado, e o que inicialmente era uma avaliação do que os estudantes aprendiam naquele período escolar se transformou em um atalho para as universidades federais. Neste ano, por exemplo, 59 dessas instituições de ensino superior vão considerar, em alguma medida, a nota obtida pelos estudantes no Enem em seus processos seletivos. A mudança, contudo, foi acelerada demais: na visão de especialistas ouvidos por VEJA, aí estão as sementes dos erros que se sucedem no exame. Em 2009, a prova foi cancelada às vésperas de sua aplicação após ser furtada da gráfica. Um ano depois, dados sigilosos de 12 milhões de inscritos vazaram na internet. Finalmente, no último fim de semana, erros de impressão prejudicaram o desempenho dos estudantes.


"A mudança de conceito do exame foi grande, e realizada em pouco tempo, sem o devido preparo das pessoas envolvidas”, diz Álvaro Chrispino, doutor em educação e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ). "A estrutura do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pela avaliação, não cresceu na mesma proporção da importância da prova." Para se ter ideia do que fala o professor: quando foi aplicado pela primeira vez, em 1998, o Enem contou com cerca de 157.000 inscrições. Doze anos depois, o número é quase trinta vezes maior: 4,6 milhões de candidatos.


Ernani Pimentel, presidente da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos Públicos (Anpac), corrobora com a avaliação. "Instituições responsáveis pela elaboração e aplicação de qualquer concurso público devem ter experiência comprovada nessas tarefas: isso é fundamental para um concurso bem-sucedido", diz Pimentel. "Os problemas ocorridos no Enem são reflexo da falta de organização e experiência da autarquia responsável pelo exame, o Inep."


Para Maria Helena Guimarães, que presidiu o Inep durante o governo Fernando Henrique Cardoso, o gigantismo do Enem propicia a ocorrência de erros, como a falha de impressão deste ano, e atos ilícitos, como o fruto do exame, no ano passado. Por isso, seria necessário multiplicar o zelo em todas as etapas da prova. “Ela se tornou algo muito valioso, objeto de desejo de muitos”, diz. A especialista prega uma reformulação em várias etapas. A começar pela impressão das provas. "O erro descoberto no sábado, mostrando incompatibilidade entre a numeração das questões dos cadernos de perguntas e de respostas, é de responsabilidade do Inep. É preciso mais rigor na confecção das provas", afirma.


Outro ponto a ser revisto, na visão de Maria Helena, é a estratégia de aplicação da prova, que atualmente é simultânea em todo o território nacional. “O sistema de correção do Enem, baseado na teoria de resposta ao item (TRI), permite que ele seja descentralizado: ou seja, provas diferentes, com o mesmo grau de dificuldade, podem ser aplicadas em datas distintas, sem prejuízo ou benefício aos candidatos.” O sistema é utilizado em avaliações nos Estados Unidos como o SAT, espécie de vestibular americano que ocorre quatro vezes ao ano em cidades e datas distintas. “Hoje, só a China tem um vestibular unificado maior do que o Enem. Esse tipo de estratégia de aplicação única não é solução para o Brasil”, diz.


A descentralização na aplicação poderia fazer do Enem um exame mais seguro. Isso porque, devido a suas dimensões, é impossível aplicar a ele medidas de segurança válidas para outros vestibulares bem-sucedidos, como Fuvest e Unicamp (a cargo da Comvest) e variados concursos a cargo da Cesgranrio.


Em sentido inverso, as etapas de formulação funcionam melhor centralizados, defendem especialistas. É novamente o caso de Fuvest, Unicamp e Cesgranrio. Nessas fundações, todo o processo de elaboração, revisão, digitação, diagramação e impressão dos testes é realizado dentro da própria instituição. “Isso aumenta o comprometimento dos profissionais envolvidos com a integridade do exame", diz Renato Pedrosa, coordenador do processo de seleção da Unicamp. Ao que o especialista em concurso público Ricardo Ferreira acrescenta: "Quanto mais terceirização nessas fases, maiores as chances de erro ou fraude", diz. No caso do Enem, dá-se o seguinte: o Inep formula questões, uma gráfica escolhida por licitação faz a impressão e um terceiro aplica a prova.


A cada erro nos processos do Enem, faz-se ao menos uma vítima: a educação brasileira. "Os erros que temos visto dificultam a aceitação do valor que o Enem merece. A cada novo tropeço, a imagem da prova fica comprometida perante milhões de jovens que se preparam o ano todo para fazê-la", diz Chrispino, da FGV-RJ.


Fonte: http://veja.abril.com.br

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

**Pérolas do ENEM, by Twitter**

Bem meus queridos amigos, seguidores, professores ou curiosos de plantão: depois de tantas "especulações" sobre o ENEM, ou seja: supostos vazamento de provas, informações, brechas deixadas pelo MEC para uma nova guerra judicial devido falhas na impressão e inversão de folha de respostas perante as provas., finalmente o ENEM ocorreue com ele, uma série de "twitadas" curiosas, inteligentes ou tolas de tudo, foram postadas pelso internautas de plantão.
Copiei algumas dessas pérolas para que vocês possam perceber o "nível"(alto, ou sei la que nome dar aos demais) aos formandos do Ensino Médio dos brasileirinhos que estão aí, pelo Brasil todo. Ahhh! Ja estão dizendo que a noa sigla do ENEM trata-se de "Eu Não Estudo Mais"!
Governantes estão dizendo que irão processar esses formadores de opinião ao divulgar "tamanhas injúrias" diante um exame nacional do qual foi dito inúmeras vezes antes de ocorrê-lo sobre as suas falhas, como na era da Ditadura mesmo. Uma vez constatado tamanhos evidências de erros, o correto deveria ser rever todas essas situações vocês não acham?
Bem, fica a critério de cada um, a verdade é que mais uma vez, houveram problemas no ENEM por dois anos seguidos (que nós soubemos, evidentemente). Será que fazendo ou não parte da história mundial nossos governantes tem o direito de tratar (ou destratar) nosso povo dessa forma?


Vamos refletir,
Abraços,
Professora Symone Oliveira

 

by Twitter



#Aprendi No Enem que existem 3 tipos de questões: as patéticas, as fáceis e as
 de química #enem2010

Na prova de Humanas teve rascunho, já na de matemática não! Onde que esse Inep queria que fizesse as contas? na parede? #enem2010


#aprendi no enem que fumantes engordam mais que não fumantes.


erro de hj do INEP: o rascunho estava na prova de ontem #enem2010


#Aprendi NoEnem que Jupiter é quem coração de mãe para os planetas: SEMPRE CABE MAIS UM! #enem2010


#Vou Confessar Que eu aprendi com o #enem2010 que se eu ganhar o BBB, com um pouquinho mais eu compro o ACRE.{que absurdo sem precedentes "fala minha, Sy"}


#Aprendi No Enem que eu não sou o único que não sabe escrever Marilyn Monroe (eles escreveram Marlyn) #enem2010 #enem


#Aprendi no ENEM que ou o Bolsa familia me paga RS12.000 ou eu viro traficante


#Aprendi no Enem que cabem 1334 Planetas Terra dentro de Júpiter! #Enem2010


#Aprendi com o silêncio que a solidão não é o pior castigo, existem companhias bem piores, e comentários que te derrubam, te deixam pra baixo {nossa, que bela conclusão!!!! estou pasma "fala minha, Sy}


#Aprendi q traficantes ganham 2 mil por meis e n precisam de ensino superior kkkkkkkk {por mês????????}


#aprendi no #enem2010 que Mr. Bean fica muito bem de monalisa


#aprendi no enem que tenho transtorno do comer impulsivo


#aprendi no enem que é só olhar a concordância de algumas questões pra ver se está certa. "as homens" tsc tsc rs


#aprendi no Enem que uso mais rascunho em história do que em matemática! Tiririca que elaborou a prova!!! #fato


#aprendi no enem2010 que Cold Play cai na prova!


#aprendi que hay que hacer buenos cimientos .. para no tener que estar haciendo reparaciones :)


#aprendi que vivir en el pasado .. es vivir en un tiempo muerto


#Aprendi que o atualidades é um lixo, caderno inútil tinha que ser do governo.


#Aprendi que apesar de o Brasil ter comprado o Acre para extrair a borracha de lá, você não tem o direito de usar ela na prova. #enem2010


#APRENDI NO ENEM Se você colocar as coordenadas geograficas numa garrafa e jogá-la ao mar, você recebe uma foto de um garoto. da Noruega!


#Aprendi que júpiter usa Photoshop pra esconder as marquinhas


#Aprendi no enem que Grafite e relógio analógico são um perigo para a segurança.


#aprendi no enem q istuda dá dor de cabessa!


#aprendi no Enem que Tiradentes era podia ser Jesus {aiii Deus!!!!!!!!!!!}


#aprendi no ENEM que Feijão tropeiro é decisivo para seu futuro profissional.


ENEM = Exame Nacional de Estrupo Mental #enem2010


kkkkkkkkkkkkkkkk o MEC vai processar todo mundo então!!!! tudo um bando de palhaço... #enem2010 é uma palhaçada!!!!!!


Aprendi no #enem2010 que saber jogar voleibol eh uma materia da lingua portuguesa.


#enem2010 titulo invertido no cartao resposta,tinha rascunho em humanas,em exatas não,perguntas toscas e sem espaço pra titulo da redação


#ENEM2010 EU CONTEI E TINHA MAIS DE 140 CARACTERES NA QUESTÃO SOBRE TWITTER !!!


deveriam ter colocado na questao do #enem2010 assim: lembre-se que quem nao fez enem está cagando para voces, eles nao querem +


#AprendiNoENEM que se a conversa no TWITTER começar a ficar longa, temos que ligar para a pessoa ou usar o MSN. #Enem2010


#aprendi no enem que as mulheres costumam fzr cursos que exigem capacidade de compreensão dos seres humanos, e homens exatas! #enem2010


#Aprendi No ENEM depois da 60ª questão vc já tá vendo Tiradentes fazendo feijão tropeiro com a ética pra Napoleão não fuder Júpiter #enem2010


#aprendi no enem a usar o Cálculo Hipotético Universal Técnico Estimativo, ou abreviando: C.H.U.T.E #enem2010 {a mais inteligente de todas! Adorei!!!}


que vale a pena traficar , não canso , não suo e ainda tiro 2 mil por mês! #Enem2010


#aprendi no enem o que é saque, manchete, bloqueio, levantamento, toque, entre outros no voleibol. #MuitoÚtil #Enem2010


#Aprendi No Enem que no nosso espaço aéreo existe um "tráfego celeste intenso" numa "avenida congestionada" #Enem2010

#Aprendi No Enem A jogar volei, a usar o twitter, cantar Viva La Vida e a não confiar no Wikipedia. #enem2010

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

**MOTIVAÇÃO E SUCESSO***

'Sinto muito que o cumprimento do meu dever o irrite tanto'!

"Certa vez, chamei a atenção de um aluno porque estava colando numa prova e o expulsei da sala de aula. No dia seguinte, o pai desse aluno veio falar comigo dizendo que eu tinha prejudicado o seu filho e que isso o tinha deixado muito irritado e iria tirá-lo da faculdade por minha causa. Minha resposta foi o título desta mensagem: 'Sinto muito que o cumprimento do meu dever o irrite tanto.' E, obviamente, mantive a reprovação do aluno colador. Essa frase que me veio à mente naquele momento, poderia ser usada por todos aqueles que ao cumprir o seu dever se defrontam com pessoas que se irritam, xingam, brigam e que não querem aceitar a realidade do próprio erro. Aqui vão alguns exemplos:
 
Um policial rodoviário, ao parar um veículo que está transitando em velocidade superior à permitida, ao ouvir a indignação do motorista infrator, poderia dizer: 'Sinto muito que o cumprimento do meu dever de cuidar da segurança das estradas o irrite tanto' e lavrar a multa.
 
Um(a) comissário(a) de bordo ao pedir a um passageiro que desligue seu celular ou retire sua bagagem de mão da saída de emergência, ao sentir sua irritação, poderia dizer, até sorrindo: 'Sinto muito que o cumprimento do meu dever de cuidar da segurança de todos os passageiros o irrite tanto' e exigir o cumprimento das normas de segurança em vôo.
 
Um chefe, ao chamar a atenção de seu colaborador por não estar utilizando corretamente os EPI (equipamentos de proteção individual) e, portanto, correndo risco de acidente no trabalho, ao ouvir os xingos surdos dessa pessoa irresponsável, deveria dizer: 'Sinto muito se o cumprimento do meu dever de cuidar de sua segurança o irrita tanto' e exigir o uso dos EPI.
 
Da mesma forma os pais podem usar a frase com seus filhos que não queiram estudar ou cumprir suas obrigações: 'Sinto muito se o cumprimento do meu dever de pai o irrita tanto' pode fazer um filho entender a sua posição de desobediência e passar a cumprir os seus deveres. Os pais são responsáveis pela formação dos filhos e não podem ser complacentes com a desobediência ou a preguiça, pois sabem que farão adultos infelizes e sem sucesso e ainda serão acusados por não os terem educado corretamente.
 
Não sei se você concorda ou não com este texto. Eu o escrevi, porque acredito ser meu dever de professor fazer as pessoas pensarem, e, portanto, mais uma vez, sinto muito se o cumprimento desse meu dever de professor o tenha irritado.
 
Pense nisso. Sucesso!"


PS.: Estava flanando na net, estudando algumas coisas qduando me deparei com este texto do "nosso" (me atrevo a chamá-lo de noso porque trata-se de uma relíquia de nossa cidade, Sorocaba), Luiz Marins, um querido que transcreve textos motivacionais como poucos. Divido com vocês tamanho sucesso dessa pessoinha especial que habita nos corações sorocabanos. Um abraço Luiz!!




quarta-feira, 3 de novembro de 2010

UMA LEI CONTRA ENGANAÇÃO



"A necessidade de aprovação de uma lei da responsabilidade educacional --semelhante à da responsabilidade fiscal-- virou na unanimidade na elite empresarial, social e acadêmica brasileira. É um bom antídoto contra a enganação: o gestor será punido se não atingir determinadas metas básicas.


Um documento exigindo dos candidatos investimentos em qualidade de ensino, divulgado esses tempos atrás em Brasília, obteve um inusitado consenso, sem distinção de partidos e ideologias. Falta agora, além da pressão da opinião pública, um mecanismo mais efetivo de cobrança e punição - aí entra a lei da responsabilidade educacional. É das idéias mais interessantes para o futuro do Brasil.


Mas, como disse não coluna passada, neste momento já podemos comemorar uma vitória. Nunca a educação ganhou tanto destaque numa eleição. Isso significa que a sociedade terá de ter forças para tirar o consenso do papel."


Gilberto Dimenstein, 53 anos, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha.com às segundas-feiras.


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

***Hipóteses de escrita***



Queridos amigos e professores




Não há mais por onde escapar: ou nos unimos e nos atualizamos perante os novos estudos sobre "teoria do conhecimento" ou iremos viver em "eras arcaicas" até quando todas essas "mentalidades antigas" (palavras de meus professores da universidade "até a total extinção desses "dinossauros" da educação") possam ser renovadas com a medida do tempo e como faz parte da vida mesmo, tudo há de ser reposto, espero eu, que isso ocorra dentro de uma perspectiva remodelada e formatada para o "novo".
No fundo, tudo o que há de ser "novo" nos causa um certo medo e aflição e perguntas como "será que serei capaz de compreender isso", "será que conseguirei obter sucesso com meus alunos através desses novos métodos"?

Uma coisa posso responder de pronto: "teoria do conhecimento" não se trata de metodologia. Não há uma "cartilha" ou um "manual de instruções" para que ela aconteça pois, nela, está englobada em uma série de coisas: as vivências que a pessoa teve até o presente momento, seus estímulos, o conhecimento que ela possuí sobre determinadas coisas e principalmente: partir de elementos que a pessoa já conhece. Falo em "pessoa" pois tanto em crianças como adultos, a teoria do conhecimento acontece da mesma forma, ou seja, em andaimes.

O método antigo, o famoso "ba-be-bi-bo-bu-bão" já ficou para trás pois através de estudos, já foi comprovado que a "aquisição" (a construção) da leitura/escrita se dá da mesma forma de que quando uma criança que está aprendendo a falar, ou seja, seus entes não viram-se para ela dizendo "olha bebê: ba-be-bi-bo-bu-bão viu!", "pa-pe-pi-po-pu- pão tá?", ou seja, o que gostaria de explanar com isso, é que a aprendizagem acontece num contexto social, da mesma forma que conversamos com uma criança que está na eminência de dizer as primeiras palavrinhas, ou seja usando-a socialmente como por exemplo: "cuidado bebê, você pode se machucar", ou mesmo "vamos tomar banho?", observe quantas famílias silábicas utilizamos somente nessas simples frases?  Então, qual o sentido lógico de  fragmentar as sílabas a ponto de memorizá-las ou invés de partir de um contexto em que as crianças gostem e compreendam de verdade?
Certa vez, com uma dessas crianças que desenvolvem aprendizado por "memorização" foi pedido que ela escrevessea a palavra "vaca". Ela a escreveu pois "vaca" é uma palavra muito utilizada dentro do contexto tradicional de ensino.

Depois, a professora sugeriu que a criança escrevesse "cavalo". Pela lógica, pelo menos o "cava" ela teria que escrever ja de uma vez que é o contrário de "vaca".
Resumo: deu um branco na cabeça da criança e ela literalmente "travou", não conseguiu escrever mais nada. O que podemos concluir com o estudo desse caso?
Resposta: o método tradicional de ensino mão é eficaz  pois não "obriga" a criança a refletir, a pensar sobre o que ela está fazendo, ou melhor: tentando fazer.
Ela não escreve tão mecanicamente que não consegue compreender que ao trocar as sílabas de lugar "vaca" abre espaço para a metade da palavra que se pretendia "cava" de "cavalo".

Estou escrevendo este texto com minhas próprias palavras e  para não ter dúvidas, digitei no google "hipóteses de escrita segundo Emília Ferrero" e a primeira coisa que apareceu foi: nível 1....., nível 2....., só a partir daí quase caí das pernas pois vejo cada absurdo escrito na internet que nem sei o que pensar pois trata-se de algo incontrolável, quem não tem estudo teórico sobre esse tema ainda se depara com cada bobagem sem precedentes como essas, "acha" que consegue ser auto-didata e entender esse mecanismo que é tão profundo, tão cinetífico, tão "teórico".  
Primeira questão: o que há dito como "nível" não é assim que funciona: são HIPÓTESES DE ESCRITA, pois o aprendiz, supõem hipóteses que vão sendo formuladas como já disse anteriormente em "andaimes" baseadas no pensamento de cada um, é algo intrínseco e o esforço dessa forma deve partir de cada um, refletindo sobre cada código da escrita.
Imagine um andaime: ele vai se encaixando um em outro e cada vez ficando maior e mais fortalecido. POr isso a comparação da "construção do conhecimento" com tal "ferramenta".

Vou explicar porque então não se trata de "nível" ou "etapa". Comparando-se ao crescimento de uma criança que primeiro passa pelo nível ou etapa de levantar a cabeça, depois outro nivel ou etapa de comer alimentos feito papinha, evoluindo esse nível ou etapa, a criança passa pelo nível ou etapa de alimentos mais solidificados quando já possui dentição, enfim....isso são níveis ou etapas, algo que "obrigatóriamente" a criança passa, raramente pulando fases, salvo crianças realmente muito adiantadas neurologicamente falando.

Dentro da teoria do conhecimento, há cinco hipóteses de escrita sendo:
1) pré-silábica,
2) silábica sem valor sonoro,
3) silábica com valor sonoro,
4) silábico-alfabética e
5) alfabética. 

Dentro dessas expectativas, a criança pode sim, evoluir de hipótese de escrita, passando de uma para a outra ou mesmo "pulando" hipóteses e chegando a construção de um conhecimento sólido, sem a "necessidade' de passar pelo que anteriormente alguém chamou de "nível". Traduzindo:

PRÉ-SILÁBICA: hipótese bem inicial de alfabetização, levando esse nome crianças que escrevem sem controle nenhum de número de letras (ex.: montes de letras que já conhecem, utilizando-se muitas vezes das letras do próprio nome). Quando a criança tem restrição de letras, ou seja, não possuem um repertório de letras muito extenso, elas utilizam em listas, por exemplo, as próprias letras que conhecem, trocando-as de lugar, e por vezes utilizando-se até mesmo de números ou desenhos. Dentro desta hipótese a criança aindapode não ter definido muito bem o papel das letras, fazendo uso até do que chamamos de "garatuja". Trata-se de uma hipótese bem inicial da aprendizagem.

SILÁBICA SEM VALOR SONORO: a criança já evoluiu um pouco em suas hipóteses iniciais pois já começou a perceber através de palavrinhas demonstradas a ela que para cada escrita existe um número e variação de letras e isso exige um controle. Não adianta "falar' declaradamente isso a criança, a criança precisa "perceber" através de algumas palavras que a professora deve ir demonstrando, ou seja, escrevendo para que seja notado. Nesta hipótese, a criança ainda pode nçao ter notado o valor sonoro de cada palavra, sou seja, ela ainda pode escrever letras desconexas entre si, porém já controlando e demonstrando isso quando pede-se para "ler o que escreveu', e "apontadar como dedo cada letra que esta sendo lida", procura justificar o número de letras e sua variação, mesmo que isso lhe pareça conflituoso inicialmente.

SILÁBICA COM VALOR SONORO: Já nesta hipótese podemos dizer que a criança teve um salto qualitativo em relação às hipotéses primárias em que ela começou a desenvolver aprendizado siginificativo. Quando a criança atinge essa hipótese, ela atribui letras, que podem nem ser todas, à letras que coincidem com as palavras solicitadas. Essas letras vão "surgindo" aos poucos, o professor nçao pode "pensar" que nessa hipótese o aluno está "comendo letras"como nos era dito quando éramos crianças, e sim, a criança está "colocando" letras, a medida em que vai se apropriando desse conhecimento.

SILÁBICO ALFABÉTICA: gente prestem atenção hein! Está cheio de "pessoas por ai", escrevendo "silabica-alfabetica", prestem atenção no termo viu: "silábicO alfabéticA". Lembrem-se de que se trata de hipótese de escrita e deve ser colocado dessa forma. O pior: canso de ler essas escritas errôneas em documentos oficiais de escola {humpfts}. NEsta hipótese a criança não é nem uma coisa nem outra, é a hipótese em que ela "oscila" e a chamamos de "híbrida". Por vezes a criança escreve silabicamente, por vezes escreve alfabéticamente. É uma hipótese muito conflituosa para a criança.

ALFABÉTICA: finalmente! Sei que há uma jornada até aqui, por vezes longa, por outras sem traumas, leve como uma pétala ao vento, mas não podemos negar que para algumas crianças chegar até aqui, a jornada é bastante árdua e as vezes até cansativa, tanto para  professor, como para o aluno.
Quando a pessoa atinge essa hipótese, ela já formulou tudo o que poderia em relação a construção do conhecimento da escrita, mas isso não significa que também ela esteja o que chamamos de "plenamente alfabetizado", são coisas completamente diferentes. Quando a criança atinge essa hipótese, ela já comprendeu quantas e quais letras precisa para escrever as palavrinhas, ela ja consegue se expressar em pequenos textos que sabe de memoria e outros que vai construindo a medida em que é estimulada. O termo "alfabética" é apenas a designação para quem compreende de estudos epistemologicos em que a pessoa em questão já adquiriu a construção do conhecimento, basta o professor detentor desse conhecimento, aplicar atividades que propiciem o aprendizado de ortografia, textos, pontuação, gramática, nossa, eu leio tanta besteira na internet, tem gente que não tem nenhum conhecimento científico sobre esse assunto e fala que ser "alfabética" é saber tudo sobre a língua escrita. Outro dia minha sogra falou queu quem estragou todo o procedimento foi essa tal de Emília Ferrero. Imediatamente ja tratei de esclarecer que não tem nada haver uma coisa com a outra, mas isso é assunto para outro post.



Espero ter conseguido ajudar um pouco aqueles que não conhecem sobre a teoria do conhecimento e que a partir deste post, possam estudar um pouco mais o livro que recomendo é:
PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA. Ferrero, Emília



Beijokas,
Professora Sy

sábado, 30 de outubro de 2010

Portadores de texto**

Olá colegas de profissão!

Quando eu frequentei os bancos escolares, tive excelentes professores dos quais lembro-me muito bem até os dias de hoje e procuro me espelhar em lindos trabalhos como os que vivenciei em minha formação inicial e, de certa forma, ser uma discípula voluntária de trajetórias tão lindas, consolidando-as, para que assim não caiam no esquecimento de um tempo que não volta mais. Provavelmente, você que está lendo estas linhas agora, também passou pela mesma escola que eu, e também com suas experiências, boas ou más, mas que o formatou como cidadão, um adulto, dono de diversas escolhas e articulador de suas próprias palavras.
Em nosso "tempo de escola", dentro da língua portuguesa, aprendíamos três formas de discurso para redação, sendo elas: narrativa, descritiva ou dissertativa. Os outros portadores de texto eram incorporados indiretamente.
Não que as três formas de discurso devam se findar, muito pelo contrário. Nós professores, temos sempre que ensinar aquilo tudo o que já sabemos que deu certo. Mas nem por isso devemos ficar com a mesma mentalidade de milianos atrás, temos que "nos abrir" para "o novo" (novas descobertas através de estudos comprovados), por essa mesma razão não temos que viver na mesmice do eterno.
Hoje em dia, temos que continuar o trabalho das três formas de redação e mais: temos que trabalhar não intrinsecamente, mas declaradamente que existem outros portadores de texto e chamar a atenção a olhares atentos dos alunos para tal. Para todos os lugares que observarmos existem portadores de texto e é isso que a escola pretende ao relacionar essas escritas para que os alunos percebam. Vivemos em um mundo globalizado, na velocidade de internet onde a informação é vinda de todos os lados, a todo momento. O indivíduo precisa prestar atenção nisso.
Pensando nisso, hoje separei para vocês, companheiros e companheiras, um repertório com diversos portadores de textos, dos quais eu sugiro que possam imprimí-los e trabalhar um por dia, comentando, fazendo citações e como avaliação se as crianças entenderam o que foi explicado, pergunte-lhes exemplos. Ao fim do dia, relacione-o em um mural, sendo que desta forma, a atividade foi contextualizada, ou seja houve um significado real para o aprendiz.



Espero que gostem e usufruam com amor, 
Bjkas~**


Professora Symone Oliveira