quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

"Eco é lógico!"

A CARTA DO AGRICULTOR – APÓS AS MULTAS ELE VAI VENDER O SÍTIO



A carta a seguir – tão somente adaptada por Barbasa Melo – foi escrita por Luciano Pizzatto que é engenheiro florestal, especialista em direito sócio ambiental e empresário, diretor de Parque Nacionais e Reservas do IBDF-IBAMA 88-89, detentor do primeiro Prêmio Nacional de Ecologia.






"Prezado Luis, quanto tempo!






Eu sou o Zé, teu colega de ginásio noturno, que chegava atrasado, porque o transporte escolar do sítio sempre atrasava, lembra né? O Zé do sapato sujo? Tinha professor e colega que nunca entenderam que eu tinha de andar a pé mais de meia légua para pegar o caminhão por isso o sapato sujava.

Se não lembrou ainda eu te ajudo. Lembra do Zé Cochilo… hehehe, era eu. Quando eu descia do caminhão de volta pra casa, já era onze e meia da noite, e com a caminhada até em casa, quando eu ia dormi já era mais de meia-noite. De madrugada o pai precisava de ajuda pra tirar leite das vacas. Por isso eu só vivia com sono. Do Zé Cochilo você lembra né Luis?

Pois é. Estou pensando em mudar para viver ai na cidade que nem vocês. Não que seja ruim o sítio, aqui é bom. Muito mato, passarinho, ar puro… Só que acho que estou estragando muito a tua vida e a de teus amigos ai da cidade. To vendo todo mundo falar que nós da agricultura familiar estamos destruindo o meio ambiente.

Veja só. O sítio de pai, que agora é meu (não te contei, ele morreu e tive que parar de estudar) fica só a uma hora de distância da cidade. Todos os matutos daqui já têm luz em casa, mas eu continuo sem ter porque não se pode fincar os postes por dentro uma tal de APPA que criaram aqui na vizinhança.

Minha água é de um poço que meu avô cavou há muitos anos, uma maravilha, mas um homem do governo veio aqui e falou que tenho que fazer uma outorga da água e pagar uma taxa de uso, porque a água vai se acabar. Se ele falou deve ser verdade, né Luis?

Pra ajudar com as vacas de leite (o pai se foi, né .) contratei Juca, filho de um vizinho muito pobre aqui do lado. Carteira assinada, salário mínimo, tudo direitinho como o contador mandou. Ele morava aqui com nós num quarto dos fundos de casa. Comia com a gente, que nem da família. Mas vieram umas pessoas aqui, do sindicato e da Delegacia do Trabalho, elas falaram que se o Juca fosse tirar leite das vacas às 5 horas tinha que receber hora extra noturna, e que não podia trabalhar nem sábado nem domingo, mas as vacas daqui não sabem os dias da semana ai não param de fazer leite. Ô, bichos aí da cidade sabem se guiar pelo calendário?

Essas pessoas ainda foram ver o quarto de Juca, e disseram que o beliche tava 2 cm menor do que devia. Nossa! Eu não sei como encumpridar uma cama, só comprando outra né Luis? O candeeiro eles disseram que não podia acender no quarto, que tem que ser luz elétrica, que eu tenho que ter um gerador pra ter luz boa no quarto do Juca.

Disseram ainda que a comida que a gente fazia e comia juntos tinha que fazer parte do salário dele. Bom Luis, tive que pedir ao Juca pra voltar pra casa, desempregado, mas muito bem protegido pelos sindicatos, pelo fiscais e pelas leis. Mas eu acho que não deu muito certo. Semana passada me disseram que ele foi preso na cidade porque botou um chocolate no bolso no supermercado. Levaram ele pra delegacia, bateram nele e não apareceu nem sindicato nem fiscal do trabalho para acudi-lo.

Depois que o Juca saiu eu e Marina (lembra dela, né? casei) tiramos o leite às 5 e meia, ai eu levo o leite de carroça até a beira da estrada onde o carro da cooperativa pega todo dia, isso se não chover. Se chover, perco o leite e dou aos porcos, ou melhor, eu dava, hoje eu jogo fora.

Os porcos eu não tenho mais, pois veio outro homem e disse que a distância do chiqueiro para o riacho não podia ser só 20 metros. Disse que eu tinha que derrubar tudo e só fazer chiqueiro depois dos 30 metros de distância do rio, e ainda tinha que fazer umas coisas pra proteger o rio, um tal de digestor. Achei que ele tava certo e disse que ia fazer, mas só que eu sozinho ia demorar uns trinta dia pra fazer, mesmo assim ele ainda me multou, e pra poder pagar eu tive que vender os porcos as madeiras e as telhas do chiqueiro, fiquei só com as vacas. O promotor disse que desta vez, por esse crime, ele não ai mandar me prender, mas me obrigou a dar 6 cestas básicas pro orfanato da cidade. Ô Luis, ai quando vocês sujam o rio também pagam multa grande né?

Agora pela água do meu poço eu até posso pagar, mas tô preocupado com a água do rio. Aqui agora o rio todo deve ser como o rio da capital, todo protegido, com mata ciliar dos dois lados. As vacas agora não podem chegar no rio pra não sujar, nem fazer erosão. Tudo vai ficar limpinho como os rios ai da cidade. A pocilga já acabou, as vacas não podem chegar perto. Só que alguma coisa tá errada, quando vou na capital nem vejo mata ciliar, nem rio limpo. Só vejo água fedida e lixo boiando pra todo lado.

Mas não é o povo da cidade que suja o rio, né Luis? Quem será? Aqui no mato agora quem sujar tem multa grande, e dá até prisão. Cortar árvore então, Nossa Senhora!. Tinha uma árvore grande ao lado de casa que murchou e tava morrendo, então resolvi derrubá-la para aproveitar a madeira antes dela cair por cima da casa.

Fui no escritório daqui pedir autorização, como não tinha ninguém, fui no Ibama da capital, preenchi uns papéis e voltei para esperar o fiscal vim fazer um laudo, para ver se depois podia autorizar. Passaram 8 meses e ninguém apareceu pra fazer o tal laudo ai eu vi que o pau ia cair em cima da casa e derrubei. Pronto! No outro dia chegou o fiscal e me multou. Já recebi uma intimação do


Promotor porque virei criminoso reincidente. Primeiro foi os porcos, e agora foi o pau. Acho que desta vez vou ficar preso.

Tô preocupado Luis, pois no rádio deu que a nova lei vai dá multa de 500 a 20 mil reais por hectare e por dia. Calculei que se eu for multado eu perco o sítio numa semana. Então é melhor vender, e ir morar onde todo mundo cuida da ecologia. Vou para a cidade, ai tem luz, carro, comida, rio limpo. Olha, não quero fazer nada errado, só falei dessas coisas porque tenho certeza que a lei é pra todos.

Eu vou morar ai com vocês, Luis. Mais fique tranqüilo, vou usar o dinheiro da venda do sítio primeiro pra comprar essa tal de geladeira. Aqui no sitio eu tenho que pegar tudo na roça. Primeiro a gente planta, cultiva, limpa e só depois colhe pra levar pra casa. Ai é bom que vocês e só abrir a geladeira que tem tudo. Nem dá trabalho, nem planta, nem cuida de galinha, nem porco, nem vaca é só abri a geladeira que a comida tá lá, prontinha, fresquinha, sem precisá de nós, os criminosos aqui da roça.


Até mais Luis.


Ah, desculpe Luis, não pude mandar a carta com papel reciclado pois não existe por aqui, mas me aguarde até eu vender o sítio."


(Todos os fatos e situações de multas e exigências são baseados em dados verdadeiros. A sátira não visa atenuar responsabilidades, mas alertar o quanto o tratamento ambiental é desigual e discricionário entre o meio rural e o meio urbano.)






Pâmela Gallas Buche
Tecnóloga Ambiental.






Divulgue!

domingo, 26 de junho de 2011

A Borracharia



"Tudo evolui no Brasil. Menos a borracharia e o Stédeli. Mas não vamos falar do último. Nos fixemos das borracharias. Já notou? São exatamente iguais às borracharias da nossa infância, quando íamos lá com nossos pais. Inclusive os borracheiros parecem ser os mesmos. Parecem feitos de borracha, não envelhecem.


Há algumas décadas não devem mais nascer garotos que dizem: vou ser borracheiro quando crescer. Para cada borracharia existem dois borracheiros. Um mais velho (que é para quem você vai pagar no final do serviço) e o mais jovem, que é quem pega duro.

Duvido que alguém já viu uma borracharia limpa. Para ser uma boa borracharia ela deve ser imunda. Não é suja, é imunda mesmo. Assim como os borracheiros. Eles não lavam as calças e as camisetas há séculos.

Não há lugar para se sentar. Jamais. Você tem que ficar em pé esperando o serviço. E acompanhando atentamente.

A coisa começa na porrada, literalmente. Um super-martelo e o cara bate pra valer no nosso pneu para tirar a câmera de ar e, com uma alavanca vai girando o pé com uma maestria invejável. E tira para fora aquela coisa mole, cinza, morta. E furada.

Todas as borracharias têm a sua banheira, é claro. Uma banheira que um dia – imagino – foi branca. Se você quer saber a cor de um burro quando foge, é aquela ali. Entre cinza e marrom. E a água onde vai ser enfiada a câmera de ar? Que cor é aquela? E onde foi que o sujeito arrumou a banheira? Comprou especialmente para aquele serviço, aquela serventia? Mas é eficiente. Logo vemos as bolhinhas de ar subindo pelo furo. O borracheiro coloca o dedo no furinho e te olha. Apenas olha. Todo mundo entende aquele olhar.

Neste momento eu pergunto: os pneus já existem há mais de cem anos. Ninguém se deu ao trabalho de inventar uma outra engenhoca para descobrir onde fica o furo?

Aí ele saiu pingando com a nossa câmera de ar pelo chão, notadamente nos nossos sapatos. Enxuga. Coloco numa máquina de tortura, passa uma cola e junto um pedacinho de borracha. Comprime aquilo. Chega a doer. Aquilo esquenta, sai fumacinha.

É o momento de olharmos as mulheres peladas (e já sujas) pelas paredes. Calendários dos anos 90 e até oitenta. Mocinhas que hoje já devem ser avós, ali, testemunhas discretas de nossos furos.

Tem também um jornal de esportes do dia por aqui, cheio de impressões digitais. Não dá mais para ler as notícias que ficam à direita e à esquerda da página. Sentar, nem pensar. Agora ele enche de novo a câmera. Mais do que a gente imagina. A impressão é que aquilo vai estourar no nosso rosto. Mas – incrível – não estoura.

Enfia lá dentro de novo. Enche pela terceira vez. Ao se ajeitar lá dentro, a borracha dá um inesperado estouro e se acomoda. Coloca o bico no lugar. Pega um aparelhinho e vê a pressão. Tudo isso muito rápido, com muita eficiência, sem cursar nenhuma faculdade. Mas você sente que o cara é competente, é pós-graduado.

É aí que ele pega o nosso estepe e balança a cabeça negativamente. Você entende, o estepe está mesmo pela hora da aposentadoria. Negocia ali na calçada enquanto coloca o pneu no lugar. Você acaba comprando outro estepe.

Mas só quando você chega em casa é que você percebe que também está todo sujo, apesar de não sentar e nem encostar em nada.

E pensa naqueles dois que te salvaram a vida. Admiro estes homens. São meus heróis. Ao contrário do Stédeli, eles não precisam evoluir. Pra que?"

{Mario Prata}

terça-feira, 21 de junho de 2011

"A Última Crônica”

Fernando Sabino


"A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever.



A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência,


que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico,


torno-me simples espectador e perco a noção do essencial.


Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: "assim eu quereria o meu último poema". Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.


Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.


Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho -- um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular.


A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.


São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: "parabéns pra você, parabéns pra você..." Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa.


A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura -- ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido -- vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso. "





Texto extraído do livro "A Companheira de Viagem", Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1965, pág. 174.

domingo, 20 de março de 2011

Tempos modernos**{autor desconhecido}

Olá pessoas!

Recebi este email da minha prima querida Cris e achei uma reflexão muito consistente, por isso gostaria de dividir com vocês.



Boa leitura, boa reflexão!
Beijo a todos.................................................





"Nascer nos anos 40 e 50 foi barra.

Uma geração foi feita para romper com a anterior, mas essa chegou ao mundo para mudar todos os conceitos de várias gerações.

Faz apenas 50 anos que apareceu a televisão, o chuveiro elétrico, a declaração dos direitos humanos e a revista Playboy.

Casar era pra sempre, sustentar filhos era até quando eles conseguissem emprego, as certezas duravam a vida toda e os homens eram os primeiros a serem servidos na sala de jantar.

As avós eram umas velhinhas e hoje uma mulher de 40 ou 50 anos é um "mulherão". Todos nos vestimos como nossos filhos.

Não existem mais velhos como antigamente. Essa foi uma geração que mudou tudo.

Culpa da pílula, dos Beatles, da Internet, da globalização, do muro de Berlim, da televisão, da Tecnologia, do Viagra.

Até morrer ficou diferente. Na minha rua havia um velhinho que morria aos poucos. Ficou uns dez anos morrendo e isto aconteceu logo depois de completar 57 anos. Hoje se morre com 80 ou aos 90 e é um vapt-vupt.

Com a pílula, a mulher teve os filhos que quis e ela sempre quis poucos. Como não conseguimos mais sustentar uma família, elas foram à luta e saíram para poder pagar a comida congelada, a luz e o telefone.

Se a coisa não vai bem: é fácil a separação, difícil é pagar a pensão.

Hoje aprendemos a ouvir as crianças falando sobre namorado da mãe e o pai do irmão e temos apenas 15 minutos para ficar com a certeza de que tudo isso é normal e saudável.

As pessoas que têm mais de 50 anos têm 15 minutos para dar uma opinião sobre o clima da terra, o aquecimento global, os transgênicos, as mortes das baleias, a guerra da Chechênia, o orgasmo múltiplo, a venda e a falta de empregos, os muçulmanos, a reforma agrária. Sem esquecer de ser politicamente correto, é claro.

Em 50 anos tiraram a filosofia da educação básica e como o pensamento era reprimido pela revolução, tudo virou libertação. Pedagogia da libertação, teologia da libertação, psicologia da libertação. Deu no que deu. Burrice liberada. Burrice eleita.

As pessoas de mais de 50 anos aprenderam à tapa e na rapidez a assimilar todas as mudanças do mundo. Os filhos, por falta de emprego, não têm mais anseios de ir embora. Ficam morando eternamente e mandando na casa e com os controles remoto da TV, do DVD, do ar-condicionado na mão. Afinal, quem detém o poder do controle remoto manda na casa. São eles.

Um amigo lá na casa dos 50 contou que o pai sentava-se à mesa e a mãe servia o prato. Quando era galinha, ela vinha inteira. O pai gostava de sobre-coxa. Pronto, as duas eram para ele. Meu amigo também adorava sobre-coxa, mas pensava que quando se casasse sentar-se-ia à mesa e receberia a maravilha de ser agraciado com o fruto de seu desejo. Aí, a libertação aconteceu e os filhos passaram a se servir primeiro. O desgraçado do filho mais velho deu para gostar da sobre-coxa. Ele contava que apenas quatro vezes na vida conseguiu comer o que mais gostava. E nem dar um tapa no filho pode. Pode ficar traumatizado.

As pessoas de mais de 50 anos sabiam de cor a escalação do Corinthians no tempo do Geraldo, Zé Maria, Romeu, Basílio, Vaguinho, Palhinha, Wladimir e Tobias. Hoje aprenderam a escalação do Botafogo de Ribeirão Preto, que tinha no ataque Polleto, Buratti, Barquete e Palloci. E como esses caras roubavam no jogo!

Para as pessoas de mais de 50 anos, palhaço era o Arrelia da TV Record. Hoje o povo inteiro é meio palhaço, meio pateta. Ladrão era o Meneghetti e o Bandido da Luz Vermelha; hoje os ladrões tomaram conta dos palácios, da Câmara Federal e de uma cidade que não existia, chamada Brasília. Ângela Guadagnin dançaria só na zona do baixo meretrício. Naqueles tempos, frango jamais ficava gripado, no Rio Grande do Sul.

Presidente da República era alfabetizado.

Experiência com feijão e algodão germinando a gente fazia na escola primária e não em vôo espacial, pago a 12 milhões de dólares.

Movimento social era reunião dançante, dia da mentira não era data nacional, piercing quem usava era índio botocudo, mansão do lago era algo de filme de terror e não lugar onde se divide dinheiro.

O homem chegava a lua e descobria que a Terra era azul, hoje um brasileiro se emocionou ao ver o Brasil lá do alto: é marrom e fede; caseiro não era mais ético do que ministro; quadrilha era dança junina e não razão de existir de partido político; operário era padrão e não rimava com ladrão.

Ninguém tinha um esqueleto no armário nem dava tiro no pé. Manteiga era usada pelo Marlon Brando no Último Tango em Paris. Pizza se comia em casa e era mais alta, com bastante molho de tomate e muito queijo; hoje entregam uma a toda semana no Congresso do Planalto.

O Clube dos Cafajestes eram uns inofensivos playboys cariocas e não um País.

As pessoas de mais de 50 anos estão assim meio tontas, mas vão levando.

Fumaram e deixaram de fumar, beberam um whisky com muito gelo, hoje tomam água mineral, foram marxistas até descobrir quem foram os irmãos Marx (Harpo, Chico e Groucho) e que o marxismo é um grande engodo. Não têm mais certeza de mais nada e a única música do Beatles a tocar é "Help".

Pára Brasil, que os caras de mais de 50 anos querem descer!!!!"


















































segunda-feira, 14 de março de 2011

Dislexia

Olá pessoas!


Coloquei um artigo muito interessante para compartilhar ocm vocês, mas gostaria de falar uma outra coisinhas também. Tem um filme indiano que trata o tema com tanto carinho e gostaria de recomendar. O nome do filme é "Como estrelas na Terra - Toda criança é especial", vale a penma assistir com todo carinho. Preste bastante atenção nas letras das músicas e separe uma caixa de lenço de papel, rs. Ah, a recomendação do filme vale mesmo se não quiser saber mais sobre o tema, assista se quiser se emocionar. Vale a pena.



Super beijo,
Professora Sy




"Clipping Educacional – nota10.com.br



A Dislexia é um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na leitura, escrita e soletração. É uma condição genética e hereditária, com alterações no padrão neurológico, e não está relacionada à alfabetização deficiente ou à personalidade. Para diagnosticar esse distúrbio é necessário consultar um profissional, que dará as orientações e estímulos corretos para tratar o problema. Na maioria dos casos, a dislexia é diagnosticada na infância, onde as manifestações são mais claras. Mas isso não significa que o diagnóstico seja fácil.
Os principais sintomas aparecem na idade escolar e entre os mais comuns destacam-se:


- apresentar dificuldade de escrever ou ler / baixo rendimento escolar;
- entender o que lê somente quando lê em voz alta, para poder ouvir o som da palavra;
- omitir, acrescentar, trocar ou inverter a ordem e direção de letras e sílabas;
- estar no “mundo da lua”; dispersão;
- ter dor de barriga na hora de ir para a escola e ter febre alta em dias de prova;
- pensar por meio de imagem e sentimento, não com o som de palavras;
- não ter atraso e dificuldades suficientes para que seja percebido e ajudado na escola;
- com muito barulho, o disléxico se sente confuso, desliga e age como se estivesse distraído.


E de que forma a dislexia pode influir nas relações familiares ou vice-versa? Primeiramente, é preciso estar atento ao desenvolvimento da criança. Qualquer sintoma deve ser um alerta para os pais e educadores, que devem procurar ajuda médica. Os sintomas mais comuns se manifestam na pré-escola. A dislexia costuma provocar dificuldades de relacionamento, inicialmente na escola e depois na própria família, com os pais e irmãos.
Por conta do baixo rendimento escolar, dispersão e baixa autoestima, as crianças se sentem incapazes de realizar muitas tarefas e lidam com o medo, pressões e sentimentos de rejeição. Nesse momento, é fundamental o apoio da família! As dificuldades serão superadas com mais êxito se a criança se sentir amada e protegida por aqueles que são sua referência de vida. Independentemente de os pais passarem por alguma crise no casamento ou crise financeira, os filhos precisam ser preservados desses problemas ao máximo. Quando os pais e os educadores trocam informações e buscam apoio e estímulos em prol da criança, são muitos os benefícios.
O profissional mais adequado para trabalhar com o disléxico é o fonoaudiólogo, pois sua principal dificuldade é fazer a relação letra e som. Dependendo do grau da dislexia (leve, média ou severa) e do tipo (visual, auditiva ou mista), um psicopedagogo também poderá acompanhá-lo. Os adolescentes e adultos disléxicos normalmente têm a autoestima muito rebaixada e necessitam de acompanhamento psicológico.


Em alguns casos, quando a dislexia não é tratada, a criança tende a se tornar um adulto com dificuldades emocionais (de relacionamentos, trabalhos e tomada de decisões). O desequilíbrio emocional traz depressão e ansiedade e pode levar ao consumo de álcool e drogas. Por isso, quanto antes for diagnosticado, melhor.






Dicas para combater a dislexia


- Ler histórias que estejam de acordo com a faixa etária da criança.


- Tornar a leitura parte do cotidiano, solicitando à criança que leia textos de seu interesse 10 minutos ao dia.


- A tecnologia também é uma aliada importante! Softwares educativos desenvolvem a leitura, a memória, a atenção e outras áreas importantes do cérebro.


- Demonstre conceitos abstratos. Por exemplo: água passando do estado líquido para o estado de vapor.


Apesar das complicações, engana-se quem pensa que o disléxico não é inteligente. Com o passar dos anos, ele saberá contornar as dificuldades e encontrará alternativas para lidar com as suas próprias limitações. Trabalhar os estímulos em um disléxico desde a infância é de extrema importância. Ao fazer o tratamento - cada paciente ao seu tempo - os resultados vão garantir ao disléxico uma vida mais saudável e equilibrada. No presente e no futuro!"

terça-feira, 8 de março de 2011

**Feliz Dia, Mulher**

"Quando nasci um anjo esbelto,

desses que tocam trombeta, anunciou:

vai carregar bandeira.

Cargo muito pesado pra mulher,

esta espécie ainda envergonhada.

Aceito os subterfúgios que me cabem,

sem precisar mentir.

Não sou feia que não possa casar,

acho o Rio de Janeiro uma beleza e

ora sim, ora não, creio em parto sem dor.

Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.

Inauguro linhagens, fundo reinos

— dor não é amargura.

Minha tristeza não tem pedigree,

já a minha vontade de alegria,

sua raiz vai ao meu mil avô.

Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.

Mulher é desdobrável.

 Eu sou."



Adélia Prado